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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

VAGUEANDO

Tenho o castelo da proa na direita
no rumo incerto junto á foz de Sturla
e espreito pelas ameias da construção
o casario rosa a bater-me no rosto
descendo a encosta
para onde não é o porto que não há

ninguém chama por mim de longe
ninguém repara no mar encrespado
a rapariga agita os braço na paragem
os otimistes galgam carneiros de ondas
em direcção á amurada
onde nascem os seixos

não existe uma  estátua de Afrodite
nua e pintada sobre a larga parede
do santuário
sentado ao  lado  penso-me despido
não tenho onde
usando a  fantasia do desejo
e absorvo o calor do fim do dia
que circula na rotina do hemisfério norte.

sábado, 12 de julho de 2014

ESTIO

Na capa de cimento que a beira mar reserva
espalha a nudez as curvas dos seus  ritos
e as explosões solares aceleradas
fustigam brancos   corpos 

não se vêm as virgens nem arados ao vento
os sonhos são promessas viciadas
em aventuras de precocidade e os barcos
navegam no seu largo sem qualquer distinção

é estio  o mar  é duro e belo ao globo ocular
embriaga a ilusão noutra ilusão mundana
fazendo dos desejos aparentes
rotinas leves de cruas realidades.
 

 




terça-feira, 8 de julho de 2014

WAKE UP

I wake up with a Olimpus Style in the brains
o computador de phones no meu bolso
and waht can I say about this days
na Riviera de Itália
em cento e vinte metros e  um jardim ?

de mim,myself, que não sou rico, nababo,
para lá desta aparência ligure  pontual
hating the easy way of life
e ao levantar os olhos  vejo o mar ?

voltas que o mundo dá para chegar
ao desiderato da vida ou ao engano
feito pelas manhãs puras de Coimbra
going  up by Santa Cruz  football field ?

as I had read the Old Man and the Sea
of my yuong friend Hemingway!
how as mine a long  wordl then
how is  little the same world now !!!!!





segunda-feira, 7 de julho de 2014

LUGAR

Venho a este lugar rochoso e raso
para ver o mar 
obervar na espuma a teimosia
de tanto ir e voltar
remediar nas feridas que há na margem
a constância do olhar

regresso e cada vez menos matéria
me trai na volta
abaixo deste sol que mal conheço
sento-me só no banco de madeira
sem uma rota certa
e adormeço

volto não sei porquê nada me chama
venho cheio de mim de mais vazio
engendro o interior que me acompanha
e visto-me de pele 
e sinto o frio

de que me vale o mar de assento verde
partido e a pedir nova pintura
falta-me o astrolábio e a palavra
trago escrito um limite
na figura

sábado, 28 de junho de 2014

POEMA DA BEIRA MAR

Vivo o quotidiano na incerteza
dos meus  abismos sobre o mar azul
barricado em castelos sem ameias
e trincheiras destruidas
na evasão da esperança

em  manhãs de amanhãs que foram ontens
procuro sem método os limites  vazios
no que não tem limites
para entender o que já não entendo
pelas vias normais

e não entenderei os meus papeis
por muito que mastigue as teclas recentes
para lá das minhas fontes 
e das premonições que se debatem
de consciência em vão

no fim do pensamento tudo será como antes
regressarei ao ventre maternal
dum himen rasgado na puberdade do ser
para manter a vida como é
nos compêndios do homem

sem telefone e vias de comunicação
reduzirei o mito a muito pouco
e ao ler o jornal do  outro dia  já não encontrarei
memórias da minha fortuna
em tempo algum

entre cinzas dos dedos tudo se despenhará
pelo universo
legalizada que seja a estatística civica
o aparato estupido da lei
e o sumiço num deus do sucedido









segunda-feira, 23 de junho de 2014

LUGAR VAGO

Com o meu net book japonês na mão
descrevo o petroleiro sem nação de Angola
o porta contendores oriundo de Xangai
e os pombos genuinos de Camogli
sobrevoando as telhas

na praia há seixos grossos
e nela cresce o mundo  ensarilhado
sem limites e  fronteiras
quer observe de João Pessoa
ou das dunas de Mira ao Canidelo

propriamente poderia ser filho de ninguém
ou filho de mim mesmo
de pai de mãe sem identificação
preso no absurdo dos dias
onde correm as horas insignificantes
do tempo absurdo
que não tem existência própria.

domingo, 22 de junho de 2014

CHEGADA

O dia cresceu como crescem os dias
de duvidoso  fim
quando descemos em Ório acompanhados
pelas portas  do autocarro  que cumpriu
horários do meio dia
em cada meia hora

a cadeia alpina não se moveu nos gonsos
que a nave provocou
e o que faz por aqui um pedaço de corpo
mordido por  insectos sociais
é a incógnita que se coloca
na pertinência do tempo

a auto estrada finalmente
verga-se ao dominio do trânsito e segue
na cultura amanhã de capital
encimada no Duomo
uma borrasca de multidões diversas
facetadas por moedas  será
a livre circulação
a sucumbir no grito aflitivo de quem chama
por um cartucho de disparates...