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segunda-feira, 23 de junho de 2014

LUGAR VAGO

Com o meu net book japonês na mão
descrevo o petroleiro sem nação de Angola
o porta contendores oriundo de Xangai
e os pombos genuinos de Camogli
sobrevoando as telhas

na praia há seixos grossos
e nela cresce o mundo  ensarilhado
sem limites e  fronteiras
quer observe de João Pessoa
ou das dunas de Mira ao Canidelo

propriamente poderia ser filho de ninguém
ou filho de mim mesmo
de pai de mãe sem identificação
preso no absurdo dos dias
onde correm as horas insignificantes
do tempo absurdo
que não tem existência própria.

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