As faces passam rápidas no banco de poupança
por toda uma parede só de vidro,
são faces velhas , raras de criança,
graves e engelhadas
e o mundo que ali passa justamente
acabaria breve , secamente
se se tratasse de obras acabadas.
todas sem excepção se balanceiam
mas nem todo o balanço é sempre o mesmo,
umas de pé num equilíbrio a esmo
outras sentadas em bancos e tangentes
ninguém se ri , desandam e ondeiam
cheiram-se carrancudos , indolentes.
retardam-se e avançam, reservadas
caras como gatilho em inocentes
quando se cruza o hiper , entaladas
caras e pernas , fígados e mentes,
na travagem disparam, desatadas
vão com força para trás , voltam á frente.
só na paragem coisas se anunciam
e se mexe na mole espectro de gente
como encheram depressa se esvaziam
os duros bancos , não da poupança à frente,
mas depressa retornam à folia
da a cidade na ronda do presente.