Vivo o quotidiano na incerteza
dos meus abismos sobre o mar azul
barricado em castelos sem ameias
e trincheiras destruidas
na evasão da esperança
em manhãs de amanhãs que foram ontens
procuro sem método os limites vazios
no que não tem limites
para entender o que já não entendo
pelas vias normais
e não entenderei os meus papeis
por muito que mastigue as teclas recentes
para lá das minhas fontes
e das premonições que se debatem
de consciência em vão
no fim do pensamento tudo será como antes
regressarei ao ventre maternal
dum himen rasgado na puberdade do ser
para manter a vida como é
nos compêndios do homem
sem telefone e vias de comunicação
reduzirei o mito a muito pouco
e ao ler o jornal do outro dia já não encontrarei
memórias da minha fortuna
em tempo algum
entre cinzas dos dedos tudo se despenhará
pelo universo
legalizada que seja a estatística civica
o aparato estupido da lei
e o sumiço num deus do sucedido
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