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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

VAGUEANDO

Tenho o castelo da proa na direita
no rumo incerto junto á foz de Sturla
e espreito pelas ameias da construção
o casario rosa a bater-me no rosto
descendo a encosta
para onde não é o porto que não há

ninguém chama por mim de longe
ninguém repara no mar encrespado
a rapariga agita os braço na paragem
os otimistes galgam carneiros de ondas
em direcção á amurada
onde nascem os seixos

não existe uma  estátua de Afrodite
nua e pintada sobre a larga parede
do santuário
sentado ao  lado  penso-me despido
não tenho onde
usando a  fantasia do desejo
e absorvo o calor do fim do dia
que circula na rotina do hemisfério norte.

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