Tenho o castelo da proa na direita
no rumo incerto junto á foz de Sturla
e espreito pelas ameias da construção
o casario rosa a bater-me no rosto
descendo a encosta
para onde não é o porto que não há
ninguém chama por mim de longe
ninguém repara no mar encrespado
a rapariga agita os braço na paragem
os otimistes galgam carneiros de ondas
em direcção á amurada
onde nascem os seixos
não existe uma estátua de Afrodite
nua e pintada sobre a larga parede
do santuário
sentado ao lado penso-me despido
não tenho onde
usando a fantasia do desejo
e absorvo o calor do fim do dia
que circula na rotina do hemisfério norte.
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